quinta-feira, 2 de junho de 2016

REDAÇÃO 2016 - TIPOS DE DESENVOLVIMENTO


Desenvolvimento - argumentativo
10 formas para você diversificar seu texto conforme a ideia-núcleo
 

1. Desenvolvimento        enumerativo:
 
 
“Há três métodos pelos quais pode um homem chegar a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência, como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrupção na corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os que se valem do último desses métodos, pois os tais fanáticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservientes à vontade e às paixões do amo.” (Jonathan Swith. Viagens de Gulliver).
 
O autor enumera as possibilidades de resolução da questão apresentada na ideia-chave.
2. Desenvolvimento por exemplificação:
 
“Em certas sociedades, o sistema de alianças, que fundamenta as relações de parentesco sobre as quais a comunidade está organizada, exige que a criança seja levada, ao nascer, à irmã do pai, que deverá responsabilizar-se pela vida e educação da criança. Em outras, o sistema de parentesco exige que a criança seja entregue à irmã da mãe. Nos dois casos, a relação da criança é estabelecida com a tia por aliança e não com a mãe biológica. Se assim é, como fica a afirmação de que as mulheres amam naturalmente os seus filhos e que é desnaturada a mulher que não demonstrar esse amor? ”(Marilena Chauí)”.
 
O autor apresenta exemplos que auxiliam o leitor a se posicionar diante do texto.

 
3. Desenvolvimento por causa e consequência:
 
“Os historiadores brasileiros mostram que, por razões econômicas, a elite dominante do século XIX considerou mais lucrativo realizar a abolição da escravatura e substituir os escravos africanos pelos imigrantes europeus. Essa decisão fez com que o mercado de trabalho fosse ocupado pelos trabalhadores brancos imigrantes e que a maioria dos escravos libertados ficasse no desemprego, sem habitação, sem alimentação e sem qualquer direito social, econômico e político. ”(Marilena Chauí)
A causa é a justificativa de nossa opinião. A consequência ou conclusão é a decorrência ou o desdobramento da opinião, do ponto de vista defendido.
4. Desenvolvimento por citação:
 
 
“Escrevendo sobre a teoria da linguagem, o linguista Hjelmslev afirma que “a linguagem é inseparável do homem, segue-o em todos os seus atos”, sendo o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos... ”(Marilena Chauí).
 
A citação é interessante porque dá legitimidade ao que você escreve. É indispensável o uso das aspas. Ela num texto pode aparecer com um recurso de autenticação e divulgação do discurso alheio.
 
 
5. Desenvolvimento por comparação:
 
“Existem várias diferenças culturais entre os Estados Unidos e o Brasil: nas relações entre os governantes e a nação, no Brasil, por exemplo, predomina a ideia de que aqueles seriam os “donos” do país, podendo fazer o que quiserem (como criar novos impostos todos os anos, trocar de moeda, etc.), enquanto nos Estados Unidos - e mais recentemente no Japão, após a derrota na Segunda Guerra e a adoção de novos valores - predomina a visão de que os governantes são apenas funcionários públicos, mesmo que importantes, que somente existem para servir aos cidadãos. ”(J. Willian Vessentini).
 
Na comparação, as semelhanças são reais, sensíveis, expressas numa forma verbal própria, em que entram normalmente os chamados conectivos de comparação (tão, tanto, como, do que, tal qual), substituídos, às vezes, por expressões equivalentes como “parecer”, “lembrar”, “dar uma ideia”, “assemelhar-se”.
 
6. Desenvolvimento por contra-argumentação:
 
 
“Na medida em que a caça é proibida no Brasil, não se pode admitir a existência de uma Associação Brasileira de Caça, nem de lojas de caça e pesca. Um novo capítulo da Constituição brasileira proíbe essas atividades. Caça não é esporte, porque esporte pressupõe igualdade de condições entre os contendores, um conhecimento prévio, de ambas as partes, das regras do jogo, e a existência de um juiz que faça cumprir essas regras.”
(Cacilda Lanuza).
 
 
O autor parte de outro texto e passa a refutá-lo.
 
7. Desenvolvimento por Dados históricos:
 
 
 
“Em 16 de Abril de 1945, 2 milhões e meio de soldados soviéticos, apoiados por 42.000 canhões, 6.250 carros de assalto e 7.500 aviões, iniciaram o ataque à cidade, dominada por nazistas. No dia 30, a bandeira vermelha da vitória, com a foice e o martelo, ondulou sobre o Reichstag. Metade dos edifícios estava destruída. Dos 4,3 milhões de habitantes, restavam 2,5 milhões, famintos e ameaçados por epidemias.” (Caros Amigos, Outubro de 1999, pg. 26).
 
Com o intuito de convencer, o autor busca dados históricos que sustentem seu ponto de vista.
8. Desenvolvimento por definição:
 
 
“O humor, numa concepção mais exigente, não é apenas a arte de fazer rir. Isso é comicidade, ou qualquer outro nome que se escolha. Na verdade, humor é uma análise crítica do homem e da vida. Uma análise não obrigatoriamente comprometida com o riso, uma análise desmistificada, reveladora, cáustica. Humor é uma forma de tirar a roupa da mentira, e o seu êxito está na alegria que ele provoca pela descoberta inesperada da verdade.” (Ziraldo).
 
O produtor do texto define o tema abordado com o intuito de buscar a adesão de seu leitor.
 
 
9. Desenvolvimento através de questionamentos:
 
 
“Será muito pedir justiça? Será muito ansiar pelo fim da impunidade? Será muito almejar a intimidação das bestas abancadas no poder e das que articulam se abancar para encher de horror a humanidade?” (Ricardo Brisolla Balestreri).
 
O desenvolvimento lógico surge através de uma sequência de questionamentos.
 
 
10. Desenvolvimento por dados estatísticos:
 
“No período entre 1920 e 1972, a United States Steel, sob o nome de Companhia Meridional de Mineração, exauriu o minério de bom teor de manganês do morro da mina, em Conselheiro Lafaiete, MG. Extraiu 14 milhões de toneladas de minério bruto, dos quais 13 milhões foram transmigrados para o país sede da empresa, ficando no Brasil o buraco.” (J.W. Bautista Vidal).
 
Ao usar dados estatísticos utilize os de Institutos de Pesquisas, reconhecidos ou Órgãos Públicos, que fica muito mais fácil comprovar sua posição diante do tema. Mas evite valores precisos. Prefira expressões vagas como: a maioria, a minoria, mais da metade, uma grande parcela... 

 

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