segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A HISTÓRIA SOCIAL DO SIMBOLISMO


A sesta (a partir de Millet) (1890),
de Van Gogh






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O fato de uma estética literária vigorar em determinado momento histórico não significa que todas as pessoas e grupos sociais daquele momento tinham vivido e pensado da mesma forma. Pode-se dizer que nas épocas históricas há uma ideologia predominante, mas não global.
Nas últimas décadas do século XIX, por exemplo, em meio à onda de cientificismo e materialismo que deu origem ao Realismo e ao Naturalismo, surge um grupo de artistas e intelectuais que põem em dúvida a capacidade absoluta da ciência de explicar todos os fenômenos relacionados ao homem. Não crêem no conhecimento “positivo” e no processo social prometidos pela ciência.
Pensam que, assim como a ciência, a linguagem é limitada. A primeira, para traduzir a complexidade humana, e a segunda, para representar a realidade como ela de fato é, podendo, no máximo, sugeri-la.
Estudar a literatura do período implica conhecer a crise espiritual que marcou esse momento histórico e ver de que modo ela acarretou uma nova forma de ver e sentir o mundo e, conseqüentemente, uma nova forma de expressão artística: a arte simbolista.

Fonte: Cereja, William Roberto. Português: linguagens: vol. 2: ensino médio. 5. ed. - São Paulo: Atual, 2005


COSMOS E PSIQUE

O Simbolismos é um movimento que atravessa o final do século XIX, e que exprime a tonalidade espiritual de uma época, conciliando o cosmos e a psique. A experiência poética associa-se, então, à meditação meta-física. A beleza torna-se um ideal, com rejeição lógica da sociedade "burguesa". Há um desencanto generalizado, o mundo entra em crise, o escritor afirma-se "decadente" e refugia-se num universo imaginário, construíido uma filosofia do nada, do aniquilamento, da desesperança e do cepticismo.


Fonte: (Isabel Pascoal. Introdução. In: Camilo Peçanha. Clepsidra. Biblioteca Ulisséia de Autores portugueses. p. 16.)





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