INTRODUÇÃO
- O parágrafo-chave
18 formas para você começar um texto
1. Uma declaração
(tema: liberação da maconha)
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É um grave erro a liberação da
maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle
que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições
de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender
à demanda.
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A declaração é a forma
mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte, capaz de
surpreender o leitor.
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2. Divisão
(tema: exclusão social)
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O problema chave predomina ainda no Brasil com duas
convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo
poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e
esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram
que o combate à marginalidade social em Nova York em contando com intensivos
esforços do poder público, e ampla participação da iniciativa privada.
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Ao dizer que há duas
convicções errôneas, fica logo clara a direção que o parágrafo vai tomar. O
autor terá de explicitá-lo na frase seguinte
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3.Definição
(tema: o mito)
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O mito, entre os povos primitivos,
é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um
modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não crítico de
estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos
naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as
formas da ação humana.
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A definição é uma forma
simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo em textos dissertativos.
Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.
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4. Uma pergunta
(tema: a saúde no Brasil)
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Será que é com novos impostos que a
saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes
já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que
parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para alimentar
um sistema que só parece piorar.
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A pergunta não é
respondida de imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o
tema e será respondida ao longo da argumentação.
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5. Comparação
(tema: reforma agrária)
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O tema da reforma agrária está
presente há bastante tempo nas discussões
sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação
entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do
século passado e, atualmente, no movimento pela reforma agrária, podemos perceber
algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam
elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor
e os que são contra a implantação da reforma agrária.
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Para introduzir o tema
da reforma agrária, o autor comparou a sociedade de hoje com a do final do
século XIX, mostrando a semelhança de comportamento entre elas.
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6. Alusão histórica
(tema: globalização)
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Após a queda do muro de Berlim,
acabaram-se os antagonismos leste/oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização.
As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada
de competição.
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O conhecimento dos
principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado no
tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.
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7. Adjetivação
(tema: a educação no
Brasil)
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Equivocada e pouco racional. Esta é
a verdadeira adjetivação para a política
educacional do governo.
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A adjetivação inicial
será a base para desenvolver o tema. O autor dirá, nos parágrafos seguintes,
por que acha a política educacional do governo equivocada e pouco racional.
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8. Uma frase nominal seguida de explicação
(tema: a educação no
Brasil)
9. Oposição
(tema: a educação no Brasil)
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Uma tragédia. Essa é a conclusão da
própria Secretaria de Avaliação e Informação
Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos
alunos do 3º ano do 2º grau submetidos ao SAEB (Sistema de Avaliação
da Educação Básica), que ainda avaliou estudantes em todas as regiões do
território nacional.
De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo
governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas
parabólicas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive
hoje a educação no Brasil.
Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacam pelo grau
de envolvimento: raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto
a cultura ainda é vista como artigo supérfluo em nossa terra;
esperança por observar quantos movimentos culturais têm acontecido em
nossa história, e quase sempre como forma de resistência e/ou
transformações.(...)
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A palavra tragédia é explicada
logo depois, retomada por essa é a conclusão.
As duas primeiras frases criam uma
oposição (de um lado / de outro) que estabelecerá o rumo da
argumentação. Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste
exemplo ao lado:
O autor estabelece a oposição e logo
depois explica os termos que a compõem.
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10. Citação
(tema: política demográfica)
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"As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais
não chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos,
virarem as costas e irem embora". O comentário do fotógrafo
Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no
estado de letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo.
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A citação inicial facilita a continuidade
do texto, pois ela é retomada pela palavra comentário da segunda
frase.
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11. Citação de forma indireta
(tema: consumismo)
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Para Marx a religião é o ópio do povo, Raymond Aron deu o troco: o
marxismo é o ópio dos intelectuais. Mas nos Estados Unidos o ópio do povo
é mesmo ir às compras. Como as modas americanas são contagiosas, é bom
ver de que se trata.
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Esse recurso deve ser usado quando não
sabemos textualmente a citação. É melhor citar de forma indireta que de forma
errada
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12. Exposição de ponto de vista
(tema: o provão)
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O ministro da Educação se esforça
para convencer de que o provão é fundamental
para a melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando
generosos espaços na mídia e fazendo milionária campanha publicitária,
ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educação.
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Ao começar o texto com a
opinião contrária, delineia-se, de imediato, qual a posição dos autores. Seu
objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de
contra-argumentação.
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13. Retomada de um provérbio
(tema: mídia e tecnologia)
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O corriqueiro adágio de que o pior
cego é o que não quer ver se aplica
com perfeição na análise sobre o atual estágio da mídia: desconhecer ou
tentar ignorar os incríveis avanços tecnológicos de nossos dias, e
supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos jornais é
simplesmente impossível.
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Sempre que você usar esse
recurso, não escreva o provérbio simplesmente. Faça um comentário sobre ele
para quebrar a ideia de lugar-comum que todos eles trazem. No exemplo acima,
o autor diz "o corriqueiro adágio" e assim demonstra que está
consciente de que está partindo de algo por demais conhecido.
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14. Ilustração
(tema: aborto)
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O Jornal do Comércio, de Manaus,
publicou um anúncio em que uma jovem
de dezoito anos, já mãe de duas filhas, dizia estar grávida mais não queria
a criança. Ela a entregaria a quem se dispusesse a pagar sua ligação de trompas.
Preferia dar o filho a ter que fazer um aborto.
O tema é tabu no Brasil.(...)
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Você pode começar
contando uma fato para ilustrar o
tema. Veja que a coesão do parágrafo seguinte se faz de forma fácil; a
palavra tema retoma a questão que vai ser discutida.
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15. Uma sequência de frases nominais (frases sem verbo)
(tema: a impunidade no Brasil)
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Desabamento de shopping em Osasco.
Morte de velhinhos numa clínica do
Rio. Meia centena de mortes numa clínica de hemodiálise em Caruaru. Chacina
de sem-terra em Eldorado dos Carajás. Muitos meses já se passaram e esses
fatos continuam impunes.
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O que se deve observar
nesse tipo de introdução são os paralelismos que dão equilíbrio às diversas
frases nominais. A estrutura de cada frase deve ser semelhante.
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16. Alusão a um romance, um conto, um poema, um filme .
(tema: a intolerância)
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Quem assistiu ao filme A rainha
Margot, com a deslumbrante Isabelle
Adjani, ainda deve ter os fatos vivos na memória. Na madrugada de 24 de
agosto de 1572, as tropas do rei de França, sob ordens de Catarina de Médicis,
a rainha-mãe e verdadeira governante, desencadearam uma das mais tenebrosas
carnificinas da História.(...)
Desse horror a História do Brasil
está praticamente livre(...)
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O resumo do filme A
rainha Margot serve de introdução para desenvolver o tema da intolerância
religiosa. A coesão com o segundo parágrafo dá-se através da palavra horror,
que sintetiza o enredo do filme contado no parágrafo inicial.
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17. Descrição de um fato de forma cinematográfica
(tema: violência urbana)
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Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano de classe
média. Choperia Bodega - um bar da moda, frequentado por jovens
bem-nascidos.
Um assalto. Cinco ladrões. Todos truculentos. Duas pessoas mortas:
Adriana Ciola, 23, e José Renato Tahan, 25. Ela, estudante. Ele, dentista.
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O parágrafo é desenvolvido por flashes,
o que dá agilidade ao texto e prende a atenção do leitor. Depois desses dois
parágrafos, o autor fala da origem do movimento "Reage São Paulo".
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18. Omissão de dados identificadores
(tema: ética)
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Mas o que significa, afinal, esta palavra, que virou bandeira da
juventude? Com certeza não é algo que se refira somente à política ou às
grandes decisões do Brasil e do mundo. Segundo Tarcísio Padilha, ética é
um estudo filosófico da ação e da conduta humanas cujos valores provêm
da própria natureza do homem e se adaptam às mudanças da história e da
sociedade.
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Caríssimos, dependendo do tema que será
abordado, há algumas sugestões bem interessantes que podem ser aproveitadas.
Há que se verificar a natureza do concurso, as características da instituição
promotora, para produzir o seu texto.
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Fonte: Suzana Luz
Montagem: Eliv Dantas
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